segunda-feira, janeiro 30, 2006

Ainda a neve...

Achei que era altura de colocar excertos de um dos meus poemas favoritos...vem mesmo a propósito do magnífico dia de ontem!


Balada da Neve

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem vento é com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

(...)

Augusto Gil



domingo, janeiro 29, 2006

E nevou em Lisboa!

Só para contar como foi o meu dia com neve!
Depois de acordar e ouvir as variadas notícias da neve pelo país, a começar pelo telefonema da minha querida Tia que ficou "presa" no Santuário de Fátima, dei por mim com um desejo secreto que esta fosse uma daquelas raras vezes em que nevasse em Lisboa!
Quando depois do almoço, vinha do cafézinho da praxe, tanto eu como o meu namorado olhaámos o céu negro e pesado, cheirámos o ar e sentimos o cheiro da neve (o termo de comparação vinha mesmo de termos estado em Andorra há quase um ano a nevar intensamente)... é claro que pensámos que o cheiro viria das terras mais a norte onde estava a nevar intensamente!
E qual não é o nosso espanto, quando meia hora depois, olhamos pela janela os flocos de neve a cair...
E que bom que foi ter a minha cara encostada à tua e ficarmos os dois a ver a neve pela janela num pequeno período que pareceu uma eternidade!

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Dois dias atrofiados!

ARGH!!!! (adoro esta expressão)

Como é irritante estar doente!
As minhas amígdalas resolveram ficar com um repentino problema de "obesidade", que é como quem diz, resolveram aumentar o seu tamanho para o dobro. E eu que me lixe!
Dois dias em casa sem fazer nada, e realmente, não se se vos acontece o mesmo, mas só quando não estou bem é que reparo como é bom não ter mazela nenhuma!
Falo por mim, passo os dias todos sem me aperceber que tenho um corpo que funciona plenamente, e quando ele de repente se faz notar por alguma razão é que penso: "Por acaso até é bom poder comer ou falar sem me doer nada!" ou "Por acaso até é bom respirar sem parecer que tenho uma mola a tapar o nariz!".
Enfim, eu sei que pareço uma velha a falar, mas quando estou doente a saúde de repente parece um valor inestimável.

Ok, definitivamente isto hoje foi deprimente.
Desculpem qualquer coisinha!

terça-feira, janeiro 24, 2006

Não há fome que não dê em fartura!

Isto realmente...
Passa uma rapariga que tempos a mandar CV's, durante meses a fio, na esperança de conseguir apenas uma oportunidade e o máximo que consegue são 3 entrevistas!
Agora que já arranjei o meu estágio profissional, no espaço de pouco mais de uma semana, telefonam-me de 3 sítios diferentes para ir a entrevistas, e todos os 3 de excelentes sítios!
Como alguém me dizia há um tempo para me dar alento:
"Vais ver que às tantas vão começar a chover telefonemas e vais ser tu a dizer que não!"
É verdade! Como diz o ditado: Não há fome que não dê em fartura.
Por isso malta, não desesperem! Agora é que as coisas começam a aparecer|


Ps: 100! 100! Já ultrapassei as 100 visitas! Espectáculo :P

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Trova do vento que passa

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de sevidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre

A recompensa...

É sempre bom, ao fim de 3 meses e meio, receber a recompensa do trabalho...mesmo quando o Estado nos fica com qualquer coisa como 41%!!!!!!!!!!
Começa agora a verdadeira "vida de adulto", o que para mim sempre significou declarações de impostos! LOL
Porque enquanto somos maiores de idade e vivemos às contas dos nossos pais não nos apercebemos verdadeiramente do que é ser adulto. É preciso começar a ver o Estado a nos ir buscar parte dos rendimentos para ver o que custa!

Sim, eu sei, é uma opinião meio tresloucada mas é a minha !

Um bom dia a todos!

Ps: Ainda pensei fazer umas considerações políticas neste post matinal, mas para quê estragar a harmonia perfeita deste blog com politiquices? Guardo os meus pensamentos para mim!

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Ricardo Reis

O mais taciturno dos heterónimos de Pessoa.

Segue o teu destino

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.








Vê de longe a vida.

Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.



Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses

Porque não se pensam.

Ricardo Reis

Dias taciturnos


Fiquei quase dois dias sem escrever...
Não achei que valesse a pena escrever porque ando taciturna, sim acho que é esta a palavra adequada...
[Do dicionário Priberam online:
Fem.sing. de taciturno;
do Lat. taciturno, calado; adj., silencioso; tristonho; sombrio.]


A espera é algo angustiante e torna-se mais angustiante quando ocupamos o nosso tempo com coisas inúteis ou pelo menos intelectualmente muito pouco estimulantes.

A quem veio aqui parar agora peço desculpa pelo post sombrio mas a escrita é melhor forma de expressar sentimentos.

Amanhã será um dia melhor...ou pelo menos assim espero!


terça-feira, janeiro 17, 2006

O momento da verdade!

Ena, ena!

Estive hoje a dedicar um tempinho a perceber como se fazia esta coisa das estatísticas das visitas!
Agora é que é o momento da verdade!
Vou descobrir se ando a escrever para o boneco ou não! LOL

domingo, janeiro 15, 2006

Promessas....

Reza a história assim:

Quando eu era uma pirralhita de uns 4 anos ou assim, descobri o futebol! Na escola havia um rapaz cujo avô tinha sido presidente do Benfica e então só ouvia falar do Benfica para cá, Benfica para lá!
Um dia cheguei a casa e resolvi perguntar ao meu Pai de que clube ele era. Fiquei então a saber que toda a família era do Sporting! Mas eu, na mais pura inocência, perguntei ao meu Pai se ele não se importava que eu fosse do Benfica! E assim foi, não só o meu Pai disse que não se importava como me prometeu que um dia me levaria ao estádio da Luz!

Isto tudo para dizer o quê?
Que hoje chegou o grande dia de ser cumprida a promessa!
O meu Pai arranjou bihetes para o Benfica-Académica e lá fui eu pela 1ª vez ao estádio do Glorioso, e logo na tribuna Vip! Por acaso até tive sorte que o Benfica ganhou 3-0 e tive oportunidade de ver quase 40 000 pessoas a gritar em uníssono pelo Benfica!
Muito giro sim senhor!
Mas continuo a ser fã de ver os jogos na televisão...ao menos assim dá para ver as repetições!

Um bem-haja a todos e obrigada pelos comentários que vão deixando! É sempre bom saber que não escrevo para o boneco!

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Parabéns Avó!

Adoro a maneira como resmungas quando te abraço e te dou mimo!
Adoro a maneira como refilas com os jogadores de futebol!
Adoro a maneira como relatas as novelas todas!
Adoro a maneira como rezas a massa das broas!
Adoro a maneira como me ensinas aquelas pequenas orações para tudo na vida!
Adoro os cházinhos que fazes e ensinas que curam todas as mazelas!
Admiro a maneira como todos os dias sobes e desces aquelas calçadas íngremes!
Admiro a maneira como nunca te queixas de nada!

Adoro-te!
...E cada vez mais detesto a distância enorme que nos separa!

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Não à censura!

Hesitei muito antes de publicar o post anterior.
É deveras inquietante publicar medos tão estúpidos como os disse. Há sempre a tentação de pensar: " O que é que as pessoas vão achar se lerem isto?".
Mas tomei uma decisão:

O meu prévio bloqueio de escrita deveu-se à censura, à auto-censura.
Esta auto-censura surgiu porque comecei a mostrar regularmente a muita gente próxima aquilo que escrevia. Logo, a partir daí quando escrevia já começava a pensar que a pessoa A, B ou C podia levar a mal alguma sinceridade a mais!;)

Portanto agora, não quero saber!
Agora só lê quem quer. Já não obrigo ninguém a ler como fazia dantes, LOL!
Vou aproveitar a veia criativa que agora começa a fazer cócegas!

Stresses e Expectativas

Agora, passada a euforia começam as expectativas e os stresses quanto ao 1º emprego.
Um dos stresses já passou, o dizer à actual patroa (com um feitio particular) que me vou embora! Correu melhor que estava à espera, embora acho que lá dentro me ficou a "rogar pragas", mas pronto!
Parece que voltei ao primeiro dia de escola... os mesmos receios, agora numa escala diferente!

E se os outros meninos (colegas) não gostam de mim?
E se não querem brincar comigo ( ou convidarem-me para ir almoçar com eles)?
E se não gostam da minha roupa? (sim, eu sei, esta é fútil! Mas é uma preocupação genuína. E se não tenho roupa formal o suficiente? Sim porque bye bye calças de ganga e tenis por muito apresentáveis que sejam. Agora é usar fatinho e salto alto todos os dias! Céus!!Tenho que aproveitar os saldos para remodelar o guarda-roupa).

Bem, já chega de "e ses"!

terça-feira, janeiro 10, 2006

O primeiro...emprego!

Pois é meus amigos,
Hoje foi seguramente um dos dias mais importantes da minha vida!
Recebi o tão esperado telefonema a dizer que tinha sido aceite numa empresa para a qual me tinha candidatado!
Por enquanto é "só" um estágio profissional mas com hipóteses de continuidade!
Agora quando chegar a casa já a minha mãe deve ter ligado à famelga toda (que não é pequena) a dar a novidade da sua benjamim mas eu hoje desculpo os exageros todos!

Não perca as cenas do próximo capítulo!

segunda-feira, janeiro 09, 2006

O primeiro!

Pois é minha gente resolvi estrear-me neste mundo dos blogs...
Agora é só esperar que venha a inspiração de escrita há muito perdida! Até lá vou escrevendo as banalidades do dia a dia...ou talvez não!
A quem teve a pachorra de vir até aqui ver se lia algo de jeito, o meu muito obrigada, mas até agora a viagem foi em vão!
Um bem-haja a todos os bloggistas (será que é assim que se diz? Sou totalmente virgem nestas coisas!).