E depois há noites como as do outro dia em que começo a questionar cada traço recôndito da minha personalidade…
Que traços são verdadeiramente meus?
Que traços vinham já desenhados nos meus genes?
Que traços foram adquiridos das minhas vivências familiares?
Que traços são fruto de uma autocriação?
Quem é que eu era antes daqueles momentos decisivos, às vezes de alegria e felicidade e os outros de mágoa, desilusão e raiva, que me fizeram conscientemente mudar a minha maneira de ser?
Até que ponto eu passei a ser a pessoa que idealizei e sublimei aquele “verdadeiro eu”?
Será que tudo o que foi conseguido baseado no pressuposto desses meus traços auto-delineados é verdadeiro ou é uma farsa?
Ou é a isso que chamam o crescimento…
Até que ponto eu conheço quem sou? Como é que as pessoas que me rodeiam fazem a menor ideia com quem lidam e o que hão de esperar se nem eu sei o que esperar de mim?
Porque é que de repente me dá para estes devaneios esquizofrénicos de explorar a metafísica dos meandros desta personalidade?
É tão mais fácil permanecer na ignorância, escondermo-nos atrás da cor dos cabelos, usufruir da estabilidade da rotina diária sem nada questionar? Porque é que de todos os animais nos tinha que calhar a nós esta tal de racionalidade que nada mais faz além de causar angústia…
Porque é que desde que me conheço questiono tudo desde a metafísica da existência até à simples existência da matéria corpórea tal como a conhecemos?
Já não tenho idade para estas angústias existenciais…é na véspera das duas dúzias de anos que me dá para isto?
Cura-te e vai fazer algo de útil que isto só serve para nos empatar a vida e não nos deixar avançar…
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2 comentários:
Mas depois das angústias, é a racionalidade que nos permite chegar a felizes conclusões ou será a iracionalidade que nos deixa felizes sem tirar conclusões. Bolas agora também estou baralhado. Ai que angústia, tenho de pensar nisso.
Belo blog. Parabéns
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