De vez em quando dá-me para fazer reflexões, como já tinha referido antes, principalmente quando estou deitada na cama à noite, prestes a entrar no mundo dos sonhos.
Desta vez o que calhou na rifa foram as amizades...
Ao longo dos meus 23 e meio (pareço as crianças a dizerem que têm 5 e meio) já tive muita gente a passar-me pela vida...muitas pessoas a quem chamei amigos.
Pelo Dicionário
Tiggerense (com ajuda do Priberam):
Amigo: do
Lat. amicu; s. m., o que quer bem;
aqueles com os quais, mesmo quando estou muito chateada, me preocupo sempre e desejo o melhor!Passei pela fase de ter muitas amigas, quando era muito pequenina (e mesmo pequenina,6 anos ou assim, consegui zangar-me de tal maneira com 2 por terem ido dizer ao "meu mais que tudo" que gostava dele que meteu chapada e tudo e nunca mais me esqueci!!)...
Depois passei pela fase de achar que tinha amigas para descobrir que no final de contas só tinha uma ou duas ( e mesmo assim de qualidade duvidosa como vim mais tarde a descobrir)...
Depois passei pela fase de achar que tinha muitas pessoas amigas ( tipo amizades
light, daquelas em que dá para ir tomar um café, sair à noitee normalmente não muito mais) e para aí uns 5 "melhores amigos", com sempre lugar para mais um...
Eventualmente essa fase estagnou quando passei pelas inevitáveis desilusões, para de repente perceber que dos 5, verdadeiros verdadeiros, só sobravam um ou dois...
É claro que, à boa maneira "
Tiggerense", passei de um extremo para o outro, para achar que só havia lugar para uma amizade na minha vida, e porque era de longa data, e que o resto eram meros conhecidos...
Passadas estas fases todas perguntam vocês (ou provavelmente não): "E agora em que fase é que estás?"
Pois, não sei bem! Acho que estou numa de não ligar muito a isso! Já percebi que há muitas oscilações e que a vida é muito curta para grandes reflexões sobre porque é que esta ou aquela amizade se desvaneceu, o que é que fiz de mal, blá blá blá...
Agora considero que tenho este tipo de amigos (ponham a carapuça aquele que acham que vos serve, claro para a malta conhecida que lê isto é claro! E olhem que há muita gente referida que acho que até se dá ao trabalho de lêr isto):
Há uma amizade que tem o posto da antiguidade, é verdadeiramente a única que posso dizer que conheço desde que me sei como gente...teve uma fase de desilusão, teve mesmo alguns anos de pausa (por nenhuma razão em especial), e agora está a ser redescoberta aos poucos...
Há outra, que detém o 2º posto de antiguidade, que é muito especial! Sobrevive a meses sem conversas e sem contactos mas quando as há duram horas e horas sem dar pelo tempo a passar...(agora está numa fase de desalento, nenhuma zanga claro está, só que às vezes uma amizade só sobrevive se for um esforço mútuo...e quando deixo de me magoar com certas coisas para me passar só a ser indiferente não é muito bom, mas siga!)...
Há uma, deveras estranha, sinistra mesmo, que é uma relação de amor-ódio! É e sempre foi uma amizade impossível, com um ódio (é capaz de ser uma palavra muito forte) muito contido (às vezes não) de parte a parte, que não tem futuro nenhum, não tem conversa possível além da circunstancial e no entanto, é daquelas pessoas que considero amiga porque nunca deixei de me preocupar, mesmo naqueles momentos em que a relação amor-ódio tinha muito pouco de amor!
Há aquelas amizades, que se sente que apareceram na vida porque "tinha mesmo que ser", por muito improvavéis que fossem, e que, por muitas pausas que tenham (às vezes muito longas), tenho quase a certeza (tenho medo de algum dia me arrepender de ter dito isto, como já aconteceu outras vezes, mas pronto), que num momento de aperto, podia ligar e que largavam tudo para vir ter comigo...
Há outra, muito estranha também (que nem tenho a certeza se existe quanto mais se se pode incluir neste lote de amigos ligeiramente mais sérios) que sobrevive, da minha parte pelo menos, sem a menor confiança da minha parte ( daquelas em que sei que não posso contar nada senão no dia seguinte já está na "boca do povo") e tendo sérias dúvidas se posso contar com ela em qualquer momento, e no entanto é daquelas amizades interesseiras...quando queremos ter conversas que nos interessam estamos lá, de resto, raramente!
E depois há
aquela amizade, que embora tendo vivido momentos conturbados, devido a imaturidades várias (a grande maioria da minha parte, verdade seja dita), é base da minha vida e que é pedra basilar de um Amor.
O resto das pessoas são conhecidos:
há aqueles conhecidos aos quais chamo amizades
light, que de quando em vez surpreendem (pela positiva) por um conteúdo mais profundo de conversas;
há aqueles conhecidos em fase de exploração, i.e, que podem evoluir com boas probabilidades para uma amizade
light;
e depois há aqueles que existem e nos preenchem a vida com conversas na rotina do dia-a-dia, e que aprendi a dar valor porque se não existissem a vida era uma grande chatice.
Desculpem o big post, mas parece que agora só escrevo a metro...e muito tempo entre cada metro!
Inté!
Ps: Falta-me aqui fazer referência às amizades defuntas, umas que desapareceram por uma razão específica e nunca mais deram sinal de vida (e ainda bem!) e outras que desapareceram, sem eu nunca perceber bem porquê! Mas mais uma vez, acho que tudo tem uma razão na vida, e se desapareceram era porque "It was meant to be"!